O Grande Prêmio de Miami de 2025, realizado no último fim de semana (5 de maio), entregou um espetáculo de emoções, mas também uma dose generosa de controvérsia. No centro do furacão está Lewis Hamilton, heptacampeão mundial, que não escondeu sua frustração com a Ferrari após uma corrida Sprint desastrosa. A performance apagada da equipe italiana, combinada com decisões estratégicas questionáveis, colocou Hamilton em rota de colisão com o time, reacendendo debates sobre sua adaptação à Scuderia e o futuro da Ferrari na temporada.

O Desastre na Sprint

A corrida Sprint, realizada no sábado, foi um pesadelo para a Ferrari. Hamilton largou em nono, enquanto seu companheiro de equipe, Charles Leclerc, saiu em sétimo. A expectativa era que o SF-25, carro projetado para competir com McLaren e Red Bull, mostrasse força no circuito do Hard Rock Stadium. No entanto, a realidade foi bem diferente. Hamilton enfrentou problemas de aderência e ritmo, terminando a Sprint em 12º, fora da zona de pontos. Leclerc, por sua vez, conseguiu apenas um modesto sexto lugar, salvando alguns pontos para a equipe.

A insatisfação de Hamilton foi imediata. Imagens capturadas pelas câmeras da F1 mostraram o britânico visivelmente irritado ao deixar o cockpit, gesticulando em direção ao box da Ferrari. Segundo fontes próximas à equipe, Hamilton criticou a estratégia de pneus escolhida para a Sprint, que priorizou compostos médios em vez dos macios, usados pela maioria dos concorrentes. “Foi uma decisão que nos deixou para trás desde o início. Não dá para entender”, teria dito Hamilton em uma reunião tensa com os engenheiros, conforme relatado por um post no X.

A Reação de Hamilton e o Contexto

A mudança de Hamilton para a Ferrari em 2025 foi uma das maiores movimentações da história da F1, mas a lua de mel parece estar longe de acontecer. Apesar de alguns pódios na temporada, o heptacampeão ainda não venceu com a Ferrari, e a Sprint em Miami expôs as fragilidades do carro em circuitos de alta velocidade. A telemetria revelou que o SF-25 sofria com instabilidade aerodinâmica nas curvas rápidas, um problema que Hamilton apontou como “inaceitável para uma equipe que quer brigar pelo título”.

No rádio, Hamilton não mediu palavras: “O que está acontecendo com esse carro? Não temos ritmo para competir”. A frustração do piloto ecoou entre os tifosi, que expressaram preocupação nas redes sociais. Um usuário no X resumiu o sentimento: “Lewis parece preso em um pesadelo vermelho. A Ferrari precisa acordar!”.

A Resposta da Ferrari

Fred Vasseur, chefe da Ferrari, tentou conter o incêndio em entrevista coletiva. “Entendemos a frustração do Lewis. A Sprint não foi o que esperávamos, mas estamos trabalhando para corrigir os problemas antes da corrida principal”, afirmou. Vasseur defendeu a escolha estratégica, argumentando que os pneus médios eram a melhor opção para preservar a performance na corrida de domingo. No entanto, o desempenho de rivais como McLaren (que dominou a Sprint com Lando Norris e Oscar Piastri) e Red Bull (com Max Verstappen em terceiro) evidenciou o erro da Ferrari.

Internamente, a pressão está aumentando. A Ferrari investiu pesado na contratação de Hamilton, esperando que sua experiência elevasse a equipe ao topo. Contudo, com a McLaren liderando o Mundial de Construtores e a Red Bull na cola, a Scuderia está sob escrutínio. Leclerc, que tem sido mais consistente, também expressou preocupação com a falta de atualizações significativas no carro, sugerindo uma crise de desenvolvimento em Maranello.

Impactos no Campeonato e na Moral

A Sprint de Miami teve consequências diretas no campeonato. No Mundial de Pilotos, Hamilton caiu para quinto, agora 18 pontos atrás do líder Oscar Piastri. Leclerc, em quarto, está a apenas 10 pontos do australiano, mas a falta de ritmo da Ferrari preocupa. No Mundial de Construtores, a McLaren abriu uma vantagem de 25 pontos sobre a Ferrari, enquanto a Red Bull se aproxima perigosamente.

A insatisfação de Hamilton também levanta questões sobre sua relação com a equipe. Conhecido por sua liderança e profissionalismo, o britânico raramente deixa sua frustração transparecer publicamente. O episódio em Miami, porém, sugere que a paciência de Hamilton está se esgotando. “Ele veio para a Ferrari para vencer, não para lutar pelo meio do pelotão”, escreveu um jornalista no X, resumindo o clima.

O Que Esperar da Corrida Principal e Além

Na corrida principal de domingo, a Ferrari tentou se redimir. Hamilton largou em oitavo e terminou em sexto, enquanto Leclerc conquistou um pódio improvável em terceiro. Apesar do resultado positivo, a performance ainda ficou aquém das expectativas, com a McLaren vencendo novamente com Norris. A próxima etapa, o GP da Espanha, será crucial para a Ferrari mostrar evolução, especialmente com as novas regras sobre asas flexíveis, que podem beneficiar equipes com melhor gestão aerodinâmica.

Para Hamilton, o desafio é manter a calma e liderar a Ferrari em meio à tempestade. Sua habilidade de motivar a equipe será testada, mas o heptacampeão já provou que é capaz de superar adversidades. Para os tifosi, resta a esperança de que a Scuderia encontre o caminho de volta à glória – e que Hamilton possa, finalmente, transformar sua revolta em vitórias.