A temporada de 2025 da Fórmula 1 está apenas em sua terceira corrida, mas já entregou um drama que poderia preencher um livro inteiro. Yuki Tsunoda, o jovem japonês que finalmente conquistou seu tão sonhado assento na Red Bull Racing após anos de espera, viu suas aspirações desmoronarem em um confronto explosivo com Adrian Newey, o lendário projetista que, mesmo após deixar a equipe, parece ainda exercer uma influência avassaladora nos bastidores. O que era para ser o início de uma nova era para Tsunoda ao lado de Max Verstappen transformou-se em um pesadelo, com relatos de uma discussão acalorada que abalou Milton Keynes e colocou em xeque o futuro do piloto na equipe.

Tudo começou com a promoção de Tsunoda à Red Bull, anunciada em 27 de março de 2025, após apenas duas corridas desastrosas de Liam Lawson no RB21. O neozelandês, escolhido inicialmente para substituir Sergio Perez, não conseguiu se adaptar ao carro, terminando em último nas qualificações da China e sem pontuar. Tsunoda, por outro lado, vinha brilhando na Racing Bulls, com um sexto lugar no sprint da China e qualificações consistentes no top 10. A troca, que seria efetivada no GP do Japão em Suzuka, foi vista como uma vitória para o japonês de 24 anos, que há tempos clamava por uma chance na equipe principal. “Estou 100% pronto”, declarou ele na época, exalando confiança antes de sua estreia em casa.

No entanto, o que parecia um conto de fadas rapidamente virou um thriller. Fontes internas revelam que Adrian Newey, que deixou a Red Bull em maio de 2024 para se juntar à Aston Martin em março de 2025, teria interferido nos planos da equipe mesmo estando fora. Newey, conhecido por sua genialidade técnica e temperamento forte, nunca escondeu sua desconfiança em relação a Tsunoda. Um incidente em 2024, no GP do México, foi o estopim: Tsunoda, então na Racing Bulls, se envolveu em uma colisão que danificou o carro de Verstappen, custando ao holandês uma vitória. “Adrian ficou furioso”, disse Helmut Marko, consultor da Red Bull, em uma entrevista recente. “A partir daí, Yuki virou um pano vermelho para ele.”
O conflito explodiu nos dias que antecederam o GP do Japão, entre 4 e 6 de abril. Tsunoda, ansioso para impressionar em sua estreia pela Red Bull, participou de sessões no simulador em Milton Keynes. Seus feedbacks técnicos, elogiados por engenheiros como “detalhados e precisos”, contrastaram com as expectativas de Newey, que, segundo rumores, manteve contato com a equipe para opinar sobre o desenvolvimento do RB21. Uma ligação tensa entre Tsunoda e Newey – intermediada por Christian Horner – teria terminado em gritos, com o projetista questionando a capacidade do japonês de lidar com um carro projetado para Verstappen. “Ele disse que eu não entendia o carro e que nunca seria capaz de extrair o máximo dele”, teria confidenciado Tsunoda a um amigo próximo, segundo fontes do paddock.
O resultado? Uma crise interna que abalou a Red Bull às vésperas de Suzuka. Marko admitiu que Verstappen, tetracampeão e voz influente na equipe, também se opôs à troca inicial de Lawson por Tsunoda, curtindo um post no Instagram que chamava a decisão de “bullying” e “pânico”. “Max acredita que o problema é o carro, não o piloto”, revelou Marko. O RB21, descrito como “nervoso” e “difícil de domar”, expôs as fragilidades da Red Bull após a saída de Newey, que agora brilha na Aston Martin. Enquanto isso, Tsunoda, pego no fogo cruzado, viu seus sonhos de glória na equipe principal se desfazerem em meio ao caos.
Para o GP do Japão, Tsunoda segue escalado, mas o clima é de incerteza. Se ele não entregar resultados imediatos, a pressão pode ser insustentável. “Yuki tem até o fim da temporada para provar seu valor”, garantiu Marko, mas o estrago já está feito. O que resta é um piloto lutando para se afirmar em uma equipe dividida, um carro problemático e a sombra de Newey pairando como um espectro. A Fórmula 1, mais uma vez, prova que seus maiores dramas acontecem fora da pista – e Tsunoda, infelizmente, é a vítima mais recente dessa tempestade.