O Grande Prêmio da Austrália de 2025, que marcou a abertura da temporada de Fórmula 1 neste domingo, 16 de março, será lembrado como uma estreia tumultuada para Lewis Hamilton na Ferrari. O heptacampeão mundial, que vestiu as cores vermelhas da Scuderia pela primeira vez em Melbourne, terminou a corrida em um decepcionante 10º lugar. Mas não foi apenas seu resultado que virou manchete: uma conversa de rádio explosiva entre Hamilton e seu engenheiro de corrida, Riccardo Adami, vazou, revelando uma frustração palpável e lançando uma luz dura sobre as tensões internas daquela primeira corrida.

A corrida, realizada no circuito de Albert Park, foi um verdadeiro caos meteorológico. Uma chuva repentina no final da corrida atrapalhou as estratégias, proporcionando momentos de suspense e reviravoltas. Lando Norris (McLaren) conseguiu fazer de tudo para vencer à frente de Max Verstappen (Red Bull), enquanto a Ferrari, apesar das esperanças iniciais, cometeu um erro estratégico custoso. Hamilton, que largou em 8º no grid, ficou preso no pelotão após um pit stop mal cronometrado na chuva. Temporariamente na liderança graças a uma aposta ousada de permanecer com pneus slick, ele finalmente caiu na classificação após uma troca tardia para pneus intermediários.
Mas foi no rádio que a ação mais chocante aconteceu. Tendo acabado de saber sua posição – 9º naquele momento – Hamilton não mediu palavras: “Merda! ” ele disse, antes de acrescentar, visivelmente exasperado: “Achei que você tinha dito que não haveria mais chuva.” Perdemos uma grande oportunidade! “Esses comentários, capturados ao vivo e transmitidos para o mundo todo, imediatamente agitaram as mídias sociais. Os fãs, acostumados a um Hamilton mais comedido em suas comunicações na Mercedes, ficaram surpresos com essa explosão crua e espontânea.
Essa frustração não surgiu do nada. Após 12 anos na Mercedes, onde construiu uma relação quase telepática com seu engenheiro Peter Bonnington (apelidado de “Bono”), Hamilton agora deve se adaptar a uma nova equipe, um novo carro e uma nova dinâmica. Riccardo Adami, que já trabalhou com Carlos Sainz, adota um estilo de comunicação mais direto, às vezes abrupto, o que ainda parece incomodar o britânico. “Eles ainda estão se conhecendo”, disse o ex-piloto Martin Brundle à Sky Sports. “Lewis precisa de uma troca diferente e mais fluida. Isso virá com o tempo, mas por enquanto está rangendo. »
O contexto da corrida não ajudou. A Ferrari mostrou sinais encorajadores durante os treinos livres, com Hamilton terminando em 5º no TL2, quatro décimos atrás de seu companheiro de equipe Charles Leclerc. Mas dúvidas surgiram na classificação: um 8º lugar no grid, muito atrás das McLarens e das Red Bulls, destacou a falta de ritmo. Na corrida, a gestão da chuva foi um fiasco. Leclerc, que terminou em 8º, também reclamou de uma estratégia tardia: “Esperamos uma volta a mais”, ele admitiu, assumindo parte da culpa. Para Hamilton, por outro lado, o dedo estava claramente apontado para a equipe.
Esse falso começo levanta questões candentes. Hamilton, 40 anos, ingressou na Ferrari com a ambição de ganhar o oitavo título mundial e gravar seu nome na história da lendária equipe. Mas este primeiro Grande Prêmio mostra que o caminho estará cheio de armadilhas. O carro, embora promissor, ainda carece de consistência, como destacou Leclerc: “Temos potencial, mas ainda não o dominamos. “E a química com a equipe técnica ainda precisa ser construída.
Os fãs, por sua vez, oscilam entre a decepção e a esperança. Ver Hamilton de vermelho foi um sonho que se tornou realidade, mas esse batismo de fogo desanimava. No X, as reações não param de surgir: “Lewis merece algo melhor do que isso”, escreve um fã, enquanto outro brinca: “A Ferrari já descobriu como arruinar suas chances”. » No entanto, Hamilton, em sua entrevista pós-corrida, tentou acalmar as coisas: “Foi difícil, o carro estava difícil de pilotar. Mas mantenho a cabeça fria. Aprenderemos com isso. »
Este Grande Prêmio da Austrália é apenas o primeiro capítulo do que promete ser uma aventura épica. Entre frustrações, ajustes e expectativas colossais, Hamilton e a Ferrari têm muito trabalho pela frente. A próxima corrida, no Bahrein, será um teste crucial. Uma coisa é certa: o mundo da F1 está de olho nessa dupla explosiva.