O Grande Prêmio de Mônaco de 2025, realizado no último domingo, 25 de maio, prometia ser um marco na temporada da Fórmula 1, com a introdução de novas regras destinadas a aumentar a competitividade e melhorar o espetáculo nas estreitas ruas do Principado. No entanto, o que deveria ter sido uma vitrine de inovação se transformou em um fiasco, com Max Verstappen, tricampeão mundial e piloto da Red Bull, não poupando críticas à organização da F1. Em declarações contundentes, Verstappen ironizou as mudanças regulamentares, chamando-as de “um tiro no pé” e expondo as falhas que transformaram a corrida em um desfile monótono, para a frustração dos fãs e pilotos.
A classificação, que define o grid em Mônaco, foi dominada pela McLaren, com Lando Norris conquistando a pole position, seguido por Oscar Piastri. Verstappen, surpreendentemente, largou apenas em 7º, após uma sessão marcada por problemas de equilíbrio em seu RB21. Na corrida, as novas regras falharam em entregar o esperado. As alterações no DRS, que agora exigiam uma ativação mais restrita em trechos específicos, não conseguiram promover ultrapassagens. Além disso, a limitação no uso de pneus forçou as equipes a adotarem estratégias ultraconservadoras, resultando em uma prova sem trocas de posição significativas após a primeira volta. Norris venceu com facilidade, enquanto Verstappen terminou em 5º, visivelmente frustrado. “Isso não é corrida, é uma procissão. Parece que estamos dirigindo em um museu”, disparou o holandês.
No centro da polêmica, Verstappen não mediu palavras. Em um post no X, amplificado por @F1InsiderBR, ele ironizou: “Parabéns à FIA por transformar Mônaco em um desfile de carros lentos. Talvez na próxima eles nos façam correr com pneus de bicicleta.” A declaração reflete a insatisfação generalizada no paddock. As novas regras, segundo Verstappen, “mataram o espírito de Mônaco”. Ele apontou que a limitação no uso de pneus dificultou a gestão térmica, especialmente em uma pista onde o desgaste é baixo, mas a aderência é crucial. “Você não pode atacar, não pode arriscar. É como se estivéssemos todos com medo de tocar nas zebras”, completou.
Outros pilotos ecoaram as críticas, embora com menos veemência. Charles Leclerc, da Ferrari, que terminou em 3º, admitiu que “as regras precisam de ajustes, porque Mônaco exige liberdade para arriscar”. Até mesmo Norris, o vencedor, reconheceu que a corrida “não foi tão divertida quanto poderia ter sido”. Fãs nas redes sociais expressaram sua decepção, com hashtags como #F1Fail e #MonacoBoring trending globalmente.
As mudanças no regulamento foram introduzidas após debates entre a FIA, as equipes e os promotores da F1, com o objetivo de tornar as corridas mais imprevisíveis. No entanto, Mônaco expôs as falhas dessas decisões. A restrição no DRS acabou reduzindo as poucas chances de ultrapassagem em uma pista notoriamente difícil. A limitação de pneus incentivou as equipes a priorizarem a conservação em vez do ataque, já que um pit stop extra em Mônaco é quase sempre uma sentença de derrota.
Christian Horner, chefe da Red Bull, também criticou as mudanças, afirmando que “a FIA precisa ouvir os pilotos e as equipes antes de implementar regras que claramente não funcionam”. A McLaren, por outro lado, pareceu se beneficiar do cenário, com Norris e Piastri dominando o fim de semana. Ainda assim, até mesmo Zak Brown, CEO da McLaren, admitiu que “Mônaco precisa de algo mais para ser emocionante”.
O fiasco de 2025 reacendeu o debate sobre a relevância de Mônaco no calendário da F1. Com circuitos modernos como Jeddah e Miami oferecendo corridas mais disputadas, muitos questionam se a pista monegasca ainda tem lugar na categoria. Verstappen foi categórico: “Se não encontrarmos uma forma de melhorar isso, talvez seja melhor deixar Mônaco para as festas e não para as corridas.”
A FIA já anunciou que revisará as regras antes do próximo GP, no Canadá, mas a pressão está alta. Com a temporada de 2025 marcada por uma competição acirrada entre McLaren, Red Bull e Ferrari, a F1 não pode se dar ao luxo de mais corridas decepcionantes. Verstappen, que lidera o campeonato com 189 pontos, 32 à frente de Norris, segue como favorito, mas sua frustração em Mônaco pode ser um sinal de que até mesmo o melhor piloto da atualidade está cansado de regras que limitam o espetáculo.
O Grande Prêmio do Canadá, marcado para 8 de junho, será uma oportunidade para a FIA mostrar que pode corrigir os erros de Mônaco. Circuitos como Montreal, com retas longas e zonas de ultrapassagem, são ideais para testar as regras de forma mais eficaz. Enquanto isso, Verstappen prometeu continuar “falando o que pensa”. O fiasco de Mônaco expôs as fragilidades de um esporte que busca equilibrar tradição, inovação e entretenimento. Para os fãs, pilotos e equipes, a mensagem é clara: a Fórmula 1 precisa evoluir sem perder sua essência.